Opinião: A verdadeira história por trás da mentira de Trump sobre o General Pershing

Melek Ozcelik

Na sexta-feira na Carolina do Sul, Donald Trump contado uma história de como o general John J. Pershing executou 49 prisioneiros muçulmanos nas Filipinas.



No início de 1900, disse Trump, Pershing pegou 50 terroristas que causaram danos tremendos e mataram muitas pessoas. Então Pershing mergulhou 50 balas em sangue de porco e executou 49 dos homens. Em seguida, ele libertou a 50ª prisão para contar a outros o que havia acontecido. O que Trump queria dizer era que a América precisa ser dura com o terrorismo.



Mas a história não é verdadeira. Não houve execução em massa liderada por Pershing. Esse é um boato criado na Internet.

OPINIÃO

Um artigo do Chicago Daily Tribune de 1927 relata a história verídica de que Pershing estava mantendo prisioneiros da Rebelião Moro nas Filipinas. Os Moros eram muçulmanos que resistiam aos americanos ou a qualquer outra força de ocupação. Os moros incluíam espadachins, chamados Juramentados, que matavam cristãos no levante. Isso teve que ser interrompido.



A história do Tribune relata que Pershing borrifou alguns prisioneiros com sangue de porco, que os Juramentados acreditavam que os condenaria por toda a eternidade. Mas então Pershing deixou os prisioneiros irem. Ele emitiu um aviso aos outros sobre ser borrifado com o sangue do porco. E, de acordo com a história do Tribune, aquelas gotas de sangue coagulado porcino provaram ser mais poderosas do que as balas.

Não houve execuções conforme descrito por Trump.

Na verdade, Pershing estava mais inclinado a negociações de paz com os Moros do que à violência. O general se encontrou com os Moros e leu o Alcorão com eles. Pershing queria construir pontes. Uma ilustração que acompanha a história mostra o general em negociações de paz nas selvas das Filipinas.



Trump faria melhor se contasse histórias verdadeiras sobre o grande general Pershing, que comandou as forças americanas durante a Primeira Guerra Mundial. Embora Pershing fosse um líder militar duro, ele também queria construir a paz.

Esse é freqüentemente o caso com grandes líderes militares; eles são os primeiros a clamar pela construção da paz porque entendem os horrores e as limitações da guerra. Pershing também entendeu algo que mais pessoas precisam entender, que a fome é o resultado inevitável da guerra.

Após a Primeira Guerra Mundial, Pershing se juntou a Herbert Hoover para arrecadar fundos para alimentar crianças famintas na Europa. Hoover e Pershing co-organizaram jantares de arrecadação de fundos para convidados invisíveis. Eles colocariam um cenário vazio na mesa, representando as crianças famintas.



Por que não ouvimos essa história de Pershing em comícios de campanha, em vez da história falsa e violenta de Trump?

Se Pershing estivesse por perto hoje, ele provavelmente estaria defendendo comida para crianças refugiadas famintas, que são números sem precedentes por causa da guerra na Síria. Ninguém fala sobre fome durante os debates presidenciais, mas é uma questão importante de política externa, que Pershing e outros grandes líderes entenderam.

Pershing também apreciou os perigos do armamento excessivo. Se ele estivesse vivo hoje, ele poderia ter algumas perguntas para aqueles como Trump, que falam sobre investir nos gastos militares.

A última coisa que este mundo precisa é de mais pessoas falando sobre violência, especialmente pessoas que concorrem à presidência.

William Lambers é um jornalista que mora em Ohio. Ele fez parceria com o Programa Mundial de Alimentos da ONU no livro Ending World Hunger. Siga o Conselho Editorial no Twitter: Siga @csteditorials

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